Relatório de Benchmarking das
Políticas Nacionais de Investigação - Comissão
Europeia – 2001
Em Julho de 2001 a Comissão Europeia
(CE) publicou o relatório Towards a
European Research Area – Key Figures 2001 – Indicators for benchmarking
national research policies, preparado pela DG Investigação. Este relatório
foi a primeira resposta a uma solicitação do Conselho na Cimeira de Lisboa em
Março de 2000 que convidou a Comissão a desenvolver uma metodologia para benchmarking das políticas nacionais de
investigação e, também, uma lista de indicadores para os quatro temas chave
seguintes:
· Recursos humanos em I&D, incluindo a atractividade
das profissões de C&T;
· Investimento público e privado em I&D;
· Produtividade científica e tecnológica;
· O impacto da I&D na competitividade económica e no
emprego.
Como este relatório
da CE se refere ao período 1995-2000, ajusta-se bem à maior parte do período
objecto do presente relatório de actividades da FCT, embora os resultados e
impactos tenham também de ser observados num prazo mais dilatado, como é
característico dos investimentos no desenvolvimento baseado em C&T. Na
verdade, as acções de formação avançada, de qualificação do sistema científico
e tecnológico, de reforço e internacionalização das instituições de investigação
e de promoção da cultura científica e tecnológica têm efeitos de médio e longo
prazos.
Os programas da FCT são destacadamente
os principais instrumentos da política nacional de C&T, pelo que o
relatório da CE referido é particularmente apropriado à observação dos
resultados e impactos das actividades da FCT.
Além disso, o relatório foi
desenvolvido com o cuidado de usar dados estatísticos harmonizados para efeitos
de comparação dos vários países da UE e, também, dos EUA e do Japão, pelo que
constitui a melhor base comparativa ao nível europeu para analisar a evolução
dos resultados e impactos no período indicado em Portugal no sector de C&T,
Tabela 18.1 e Figuras 18.1 a 18.9.
Figura 18.1 - Investigadores (Fonte: CE)
Total de Investigadores (ETI) por Milhar da População activa, último ano
disponível (1) |
Investigadores totais (ETI) - crescimento
médio anual (%), 1995 a último ano disponível (1) |
Figura 18.2 - Novos doutorados (Fonte: CE)
Total de novos doutorados em "Ciência e Tecnologia" por Milhar
da População entre 25 e 34 anos, último ano disponível (1) |
Crescimento (%) de novos doutorados em "Ciência e Tecnologia",
1998-1999 (1) |
Figura 18.3 - Despesa em I&D(Fonte: CE)
Despesa em I&D em relação ao PIB (%), último ano disponível (1) |
Crescimento médio anual da despesa em I&D (%), 1995 até ao último ano
disponível (1) |
Figura 18.4 - I&D financiada pela indústria (Fonte: CE)
I&D Financiada pela Indústria como % do Produto Industrial, último
ano disponível (1) |
Crescimento médio anual de I&D financiada pela indústria, 1995 até ao
último ano disponível (1) |
Figura 18.5 - Orçamento público de I&D (Fonte: CE)
Percentagem do Orçamento Público de I&D, último ano disponível (1) |
Crescimento médio anual (%) do Orçamento Público de I&D, 1995 até ao
último ano disponível (1) |
Figura 18.6 - Produção científica – publicações (Fonte: CE)
Número de publicações científicas por milhão de população, último ano
disponível (1) |
Crescimento médio anual (%) do número de publicações científicas, 1995
até ao último ano disponível (1) |
Figura 18.7 - Crescimento da despesa em I&D Figura 18.8 - Crescimento da produtividade
em relação ao PIB (Fonte: CE) científica
(Fonte: CE)
Crescimento médio anual (%) da despesa em I&D em relação ao PIB no
período 1995-1999 (eixo vertical) relativamente à despesa em I&D em
relação ao PIB (%) em 1999 (eixo horizontal) (1) |
Crescimento médio anual (%) de publicações científicas (eixo vertical), relativamente a crescimento médio anual (%) de investigadores (ETI), 1995-1998 (1) |
Figura 18.9 - Crescimento do valor acrescentado em
indústrias de alta
e média tecnologia (Fonte: CE)
Crescimento médio anual (%) do valor acrescentado em indústrias de alta e média tecnologia (eixo vertical) relativamente ao crescimento médio anual (%) do PIB (eixo horizontal), 1995-1999 (1) |
Tabela
18.1 – Síntese dos principais dados relativos a Portugal do relatório da CE
Towards a European Research Area –
Key Figures 2001 – Indicators for benchmarking
national research policies:
O relatório de benchmarking
da CE, Towards a European Research
Area – Key Figures 2001
–
Indicators for
benchmarking national research policies, mostra que o
período 1995-2000 foi
em Portugal de grande crescimento sustentado e grande
dinamismo no sector de C&T, verificando-se
uma rápida recuperação do atraso científico herdado no
quadro evolutivo dos países da UE:
Destacadamente
o maior crescimento de doutorados em “ciência e tecnologia”: 12%/ano.
O 2º maior
crescimento é da Suécia a 8%/ano e o 3º é da Dinamarca a 4%/ano (Figura 18.2).
Estes são,
respectivamente, o 2º e o 3º países da UE com maior nº de investigadores na
população
activa,
enquanto que Portugal é o antepenúltimo.
No grupo,
destacado, de dois países com maior crescimento da intensidade da despesa em
I&D
(despesa em
I&D em percentagem do PIB) (com a Finlândia): perto de 7%/ano. Crescimento da
ordem do
dobro do terceiro país quando o crescimento médio da UE foi nulo (Figura 18.7).
A Finlândia
destaca-se isoladamente entre os países com intensidade de despesa em I&D
superior à
média da UE.
Portugal destaca-se isoladamente entre os países com intensidade de despesa em
I&D
inferior à
média da UE.
No grupo,
destacado, de três países com maior crescimento da despesa em I&D (com a
Finlândia e
a Irlanda):
entre 10%/ano e 13%/ano. Crescimento maior
do que triplo da média da UE. A Finlândia é o
país com
maior despesa em I&D em relação ao PIB. Portugal é o ante-penúltimo (Figura
18.3).
No grupo,
destacado, de dois países com maior crescimento do orçamento público de I&D
(com a
Espanha): entre 11%/ano e 13%/ano. Crescimento mais de 18 vezes superior à média da UE
e mais do
dobro do terceiro país (Figura 18.5).
No grupo de
três países com maior crescimento de I&D financiada por empresas (como a Dinamarca
e abaixo da
Finlândia (17%/ano)): 12%/ano. Crescimento
mais de 2,5 vezes superior à média
da UE
(Figura 18.4).
No grupo,
destacado, de dois países com maior crescimento de valor acrescentado nas
indústrias
de alta e
média tecnologia (com a Finlândia): 10%-11%/ano. Crescimento maior do que o dobro
de todos os
outros (Figura 18.9).
Destacadamente,
o maior crescimento na produção científica de publicações no Science Citation
Index (SCI): 16%/ano. Mais do dobro do 2º país e
mais do quíntuplo da UE (Figura 18.6).
Destacadamente,
o maior crescimento de produtividade científica em publicações no SCI.
Elevada
perda de produtividade na Finlândia, Irlanda, Reino Unido, Holanda e Suécia;
produtividade
constante na
Áustria, Espanha, Grécia, Dinamarca, Grécia, Luxemburgo; crescimento moderado
de
produtividade
na Alemanha, França e Itália (Figura 18.8).