COMUNIDADE EM REDE

 

Construção da comunidade científica em rede

O Sistema de Ciência e Tecnologia deve, cada vez mais, funcionar em rede, o que pressupõe:

·   uma elevada descentralização e instituições de investigação fortes e com elevada autonomia;

·   uma ampla e diversificada plataforma social de interacção e cruzamento de interesses;

·   uma adequada infraestrutura de comunicação;

·   informação de fácil acesso sobre todo o sistema – instituições, actividades, investigadores, bolseiros;

·   formas fáceis de contacto directo entre os vários actores do sistema;

·   partilha de recursos de uso comum, com destaque para os recursos bibliográficos;

·   um sentido de comunidade construído pela participação em tarefas ou análises e debates de assuntos de interesse mútuo.

 

 

 

Instituições fortes e com elevada autonomia

O reforço das instituições de ciência e tecnologia foi, precisamente, uma prioridade prosseguida com assinalável sucesso durante o período abrangido pelo presente relatório. As acções determinadas por esta prioridade foram detalhadamente consideradas na PARTE III – INSTITUIÇÕES, nas suas várias vertentes: Unidades de I&D, Laboratórios Associados, Laboratórios do Estado, Empresas, Centros Ciência Viva.

 

 

 

RCTS – Rede Ciência Tecnologia e Sociedade

A constituição de uma ampla e diversificada plataforma social de interacção e de uma adequada infraestrutura de comunicação que deve, necessariamente, estar em permanente modernização são os objectivos da criação da RCTS – Rede Ciência Tecnologia e Sociedade.

A RCTS foi constituída em 1997, como extensão da antiga Rede de Computação Científica Nacional (RCCN) que contemplava apenas as universidades públicas. A RCTS passou a poder assegurar o acesso a todas as instituições do ensino superior, aos laboratórios do estado e a outras instituições de investigação científica e tecnológica públicas ou de interesse público, às escolas do ensino básico e secundário, às bibliotecas públicas, museus, associações científicas, educativas e culturais.

Constituiu-se, assim, uma rede integrada do sistema científico, tecnológico e educativo - Rede do Conhecimento.

A responsabilidade pela operação da RCTS cabe à Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), entidade que pertence à FCT e a outras duas instituições: o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. A FCT preside ao Conselho Geral da FCCN, orgão a que cabe a orientação das actividades, as quais têm sido essencialmente financiadas por programas de investimento da FCT comparticipados por fundos comunitários e nacionais, nomeadamente pelo PRAXIS XXI e, mais recentemente, pelo Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI).

Logo em 1997, a FCCN ligou todas as cerca de 1.750 escolas do 5º ao 12º anos à Internet. Nos anos seguintes prosseguiu-se a ligação de escolas do 1º ciclo, com o objectivo de assegurar até ao final de 2001 a ligação à Internet de todas as 8.600 escolas desse ciclo.

Em 1997 constituiu-se a UARTE – Unidade de Apoio à Rede Telemática Educativa, com a missão de assegurar actividades mobilizadoras do uso da Internet na Escola, como a produção de conteúdos científicos e tecnológicos disponibilizados na Internet, o desenvolvimento de actividades telemáticas nas escolas e a promoção de interacções entre os vários parceiros educativos, actividades que vem exercendo com o apoio financeiro da FCT.

Em Fevereiro de 2002 estavam ligadas à RCTS todas as universidades públicas através das quais ficava assegurada a ligação de 335 unidades de investigação, 9 universidades privadas, quase todos os institutos politécnicos, a maioria dos laboratórios do estado, todas as escolas do 5º ao 12º anos, todas as escolas do 1º ao 4º anos, todos os 180 centros de formação de professores, todas as bibliotecas públicas (cerca de 310), 32 museus e cerca de 200 associações e outras entidades.

 

 

Tabela 13.1 – Evolução da largura de banda

internacional da RCTS. Unidade: Mbps

 

Data de disponibilização

Conectividade internacional

Janeiro 1997

1

Junho 1997

3

Fevereiro 1998

14

Agosto 1999

34

Outubro 2000

44

Fevereiro 2001

81

Março 2002

622

 

A FCCN tem vindo a aumentar significativamente a conectividade internacional da RCTS que, de Janeiro de 1997 para Março de 2002, passou de 1 Mbps para 622 Mbps.

Os aumentos de conectividade internacional da RCTS decorreram progressivamente ao longo do período referido como se indica na Tabela 13.1.

Em 2001, a FCCN deu início à RCTS2, uma rede de alto desempenho para as instituições científicas e do ensino superior com maiores requisitos de comunicação.

Está previsto que em 2002, em articulação com a FCT, a FCCN disponibilize às instituições de investigação científica e tecnológica acessos à RCTS com larguras de banda suficientemente elevadas, quando necessário por ligações directas, de forma a resolver definitivamente o problema de estrangulamento de comunicações computacionais que muitas delas vêm a sofrer por terem as comunicações asseguradas através das universidades e estas não gerirem o tráfego das comunicações de forma a garantir serviços adequados às actividades de investigação.

 

 

 

Disponibilização de informação sobre o Sistema de Ciência e Tecnologia e plataformas de interligação da comunidade científica em rede

A organização e disponibilização de informação sobre o Sistema de Ciência e Tecnologia é a função central do OCT – Observatório das Ciências e das Tecnologias. Este organismo iniciou funções em 1996 e tem tido uma actividade intensa de recolha, organização, análise e publicação de dados sobre o Sistema de Ciência e Tecnologia que têm permitido a toda a comunidade científica e tecnológica ter um conhecimento detalhado sobre todo o sistema.

Além disso, a FCT tem vindo, desde 1998, a disponibilizar na Internet bases de dados de informação sobre as várias facetas das suas actividades que também constituem uma cómoda plataforma de interligação da comunidade científica em rede.

Na verdade, as bases de dados disponibilizadas publicamente na Internet pela FCT, nomeadamente de bolseiros, investigadores, projectos e correspondentes equipas de investigação, actividades financiadas pelo FACC - Fundo de Apoio à Comunidade Científica (reuniões, publicações e sociedades científicas), Unidades de I&D e correspondentes equipas de investigação, Laboratórios Associados, projectos de apoio à reforma dos Laboratórios do Estado, anúncios de bolsas atribuídas por outras instituições, anúncios de oportunidades de emprego científico e tecnológico, foram desenvolvidas não só com os objectivos de assegurar informação pública e transparência dos apoios concedidos pela FCT, mas também de disponibilizar formas de contacto fácil com os bolseiros, investigadores e instituições envolvidas.

Estas bases de dados constituem um poderoso instrumento de interligação e comunicação entre os investigadores e entre estes e as instituições científicas, ao disponibilizarem o acesso imediato a páginas na Internet e a caixas de correio electrónico de todas as instituições e dos investigadores, como forma de facilitar a interligação da comunidade científica em rede e a sua ligação com a sociedade.

O facto das páginas da FCT na Internet contarem presentemente com mais de 1.500 acessos diários é um sinal claro da utilidade deste instrumento de informação e comunicação no dia a dia, Figura 13.1.

 

Figura 13.1 - Evolução do número anual de visitas

 ao sítio da FCT na Internet (1) (Fonte: FCT)

(1) O valor para 2002 é uma estimativa baseada em supor o mesmo número de visitas no 2º semestre do que as verificadas no 1º semestre.

 

Base de dados de bolseiros

A base de dados de bolseiros permite aceder a mais de 3.300 registos de bolseiros com bolsas em curso financiadas directamente pela FCT, dos quais cerca de 2.700 são de doutoramento e 540 de pós-doutoramento, bem como a cerca de 6.900 registos   de antigos bolseiros. Cada registo tem, entre outras informações, o nome do bolseiro, o tipo da bolsa, a data de início e a duração da bolsa, o título do programa de trabalho, a instituição onde decorre a formação, o orientador científico e o endereço de correio electrónico do bolseiro.

Esta base de dados facilita contactos de trabalho com os bolseiros e é um meio prático de identificação e contacto de bolseiros para emprego em instituições de I&D e em empresas, mesmo antes de terminarem as suas bolsas.

 

Bases de dados de projectos de I&D

As bases de dados de projectos de I&D permitem aceder a registos dos mais de 2.100 projectos em curso geridos directamente pela FCT, bem como a registos de projectos antigos.

Actualmente, estas bases de dados são publicadas a partir do sistema de candidatura electrónica SAPIENS - Submissão e Avaliação de Propostas pela Internet em Segurança, iniciado em 1999, logo que um projecto seja aprovado, e, portanto, com dados digitalizados pelos próprios investigadores proponentes dos projectos.

Entre outros dados, para cada projecto são disponibilizados o título, a área científica principal e os objectivos socio-económicos, o investigador responsável, a unidade de investigação proponente, a equipa de investigação,  o resumo do projecto, o financiamento atribuído e, para efeitos de contactos,  o endereço de correio electrónico do investigador responsável.

 

Base de dados de Unidades de I&D

A base de dados de unidades de I&D abrange presentemente 340 centros ou institutos de investigação distribuídos pelo país, onde trabalham mais de 5.900 doutorados. Estas unidades recebem apoio plurianual da FCT na sequência dos resultados de avaliações internacionais realizadas de três em três anos segundo um modelo de avaliação e financiamento iniciado em 1996.

Além de informação geral sobre cada unidade e dos seus endereços de correio, telefone, fax, página na Internet e correio electrónico, os dados envolvem os relatórios de avaliação, as correspondentes classificações de qualidade numa escala Excelente, Muito Bom, Bom, Regular, e uma lista completa da equipa de investigação com dados sobre cada investigador, incluindo o seu endereço electrónico. Esta base de dados foi constituída em 1998 e passou a ser actualizada pela Internet, no início de cada ano, pelas próprias unidades.

Está, assim, publicamente disponível um registo actualizado das instituições de investigação científica que permite conhecer as suas constituição e actividades, e contactar os correspondentes investigadores.

Esta base de dados também permite a jovens investigadores, inclusivamente ainda durante os seus períodos de formação, aceder a contactos profissionais e obter informações de interesse, nomeadamente relativos a possíveis oportunidades de colaboração científica ou para prospecção de emprego.

 

Base de dados de Laboratórios Associados

Os primeiros quatro Laboratórios Associados foram criados em Novembro de 2000, por aplicação de legislação de Abril de 1999 que previa este novo tipo de instituições. A correspondente base de dados inclui, entre outros elementos, as linhas temáticas da responsabilidade de cada Laboratório Associado, as parcerias entre unidades de I&D estabelecidas para a prossecução das actividades de interesse para a política científica e tecnológica nacional contratualizadas com o Estado e o financiamento atribuído para o efeito.

A parcela mais significativa do financiamento acrescido recebido na qualidade de Laboratório Associado respeita a dotações para contratação de novos investigadores doutorados.

As referências às unidades de I&D envolvidas têm links para a base de dados das Unidades de I&D, o que permite contactar com facilidade estas instituições ou os seus investigadores.

 

Base de dados dos projectos de apoio à reforma dos Laboratórios do Estado

O Programa de Apoio à Reforma dos Laboratórios do Estado foi criado na FCT em 1998. Contempla o financiamento de equipas de projecto com orientações temáticas definidas e tendo em conta as orientações especificamente estabelecidas para o programa. Estão presentemente em curso 23 projectos de apoio à reforma dos laboratórios do estado, que se inserem em uma de seis orientações temáticas de interesse público ou nacional, directamente relacionadas com as missões dos laboratórios onde decorrem os projectos, e envolvem oito dos treze Laboratórios do Estado existentes.

A correspondente base de dados inclui, entre outros elementos, o título do projecto, a orientação temática em que se insere, a área científica principal e os objectivos socio-económicos, o investigador responsável, o laboratório do estado onde decorre, a equipa de investigação, o resumo do projecto, o financiamento atribuído e, para possíveis contactos, o endereço de correio electrónico do investigador responsável e o endereço das páginas do correspondente Laboratório do Estado na Internet.

 

Bases de dados de reuniões, publicações periódicas, publicações não-periódicas e sociedades científicas

As bases de dados de reuniões, publicações periódicas, publicações não-periódicas e sociedades científicas apoiadas pela FCT permitem aceder a informação sobre estas actividades e estabelecer contactos com as instituições e os investigadores promotores.

Por exemplo, a base de dados de reuniões científicas possibilita obter, de forma fácil, informações sobre reuniões científicas agendadas e contactar os organizadores para eventual participação nessas reuniões ou para outros efeitos.

A informação disponibilizada sobre reuniões científicas é considerável: a base de dados do ano 2001 contém registos de mais de 400 reuniões realizadas nesse ano em Portugal com apoio da FCT, portanto uma média superior a uma reunião por dia.

 

Base de dados de anúncios de concursos para bolsas atribuídas por outras instituições

Foi iniciada em 1999, nas páginas da FCT na Internet, uma base de dados de anúncios de concursos para bolsas concedidas por outras instituições científicas.

Ao mesmo tempo, foi tornado obrigatório o envio à FCT dos anúncios de concursos para bolsas apoiadas com financiamentos atribuídos pela FCT a instituições científicas, no âmbito do financiamento de projectos ou de unidades de investigação, de modo a serem publicados para disponibilização na referida base de dados. Os anúncios têm de ser recebidos na FCT com a antecedência de pelo menos uma semana em relação à abertura dos correspondentes concursos.

Trata-se de um processo desburocratizado de assegurar um ponto único de informação sobre concursos para bolsas nas instituições científicas de todo o país e possibilitar o contacto fácil com as correspondentes instituições.

Em 2001 foram publicados nesta base de dados 823 anúncios de bolsas de outras instituições, a maioria das quais com apoios da FCT a unidades e a projectos de investigação.

Ficou, assim, assegurado o acesso fácil de todos à informação sobre oportunidades de bolsas de investigação científica.

 

Base de dados de anúncios de emprego científico e tecnológico

Em Abril de 2001 começou a ser disponibilizada nas páginas da FCT na Internet uma base de dados dirigida ao emprego científico. Esta base de dados destina-se à publicação de anúncios dos concursos para contratação de investigadores doutorados e a outras informações sobre estes concursos.

Em Setembro de 2001 a FCT abriu na Internet o Sítio do Emprego Científico e Tecnológico, destinado à divulgação sistemática das oportunidades de emprego de doutorados em lugares das carreiras públicas de investigação ou de docentes universitários ou do ensino superior politécnico, bem como por contratos de trabalho sem termo ou a termo certo.

A FCT também disponibiliza a entidades privadas que o solicitem a divulgação, no mesmo local, das suas ofertas de emprego científico e tecnológico.

A base de dados que tinha sido iniciada em Abril de 2001 foi integrada no Sítio do Emprego Científico e Tecnológico e expandida de forma a incluir  a constituição dos júris dos concursos, indicação do número de candidatos e listas dos candidatos aprovados.

Procura-se, assim, disponibilizar num mesmo sítio da Internet, de acesso e consulta fácil no país e no estrangeiro, toda a oferta de emprego científico e tecnológico para doutorados, bem como assegurar a transparência de procedimentos e o acompanhamento dos resultados dos concursos, bem como facilitar o contacto fácil de potenciais interessados com as correspondentes instituições.

 

 

Assinatura nacional da Web of Kowledge e início da constituição da Biblioteca Científica e Tecnológica em Rede

Foi estabelecido em Dezembro de 2001 um acordo entre o OCT e o Institute of Scientific Information (ISI) de Filadélfia - EUA relativo à assinatura nacional das bases de dados de informação bibliográfica e bibliométrica digital Web of Knowledge. Este acordo foi preparado pelo OCT em conjunto com a FCT cujos programas de investimento asseguram o financiamento necessário.

O acordo permite o acesso à Web of Knowledge do ISI a partir de todos os organismos do Ministério da Ciência e da Tecnologia e de todas as instituições de investigação científica e tecnológica: Laboratórios do Estado, Laboratórios Associados, unidades de investigação das instituições do ensino superior público e privado, unidades de investigação das instituições privadas sem fins lucrativos.

As bases de dados que ficam acessíveis incluem: Science Citation Index, Arts and Humanities Citation Index, Current Contents, Contents Connect, Journal Citation Reports, ISI Proceedings, ISI Chemistry.

As assinaturas acordadas envolvem os anos 2001, 2002 e 2003 e os registos históricos desde 1945.

Estas bases possibilitam a pesquisa de títulos e resumos de artigos em mais de 8.450 das revistas científicas mais influentes e de actas de cerca de 10.000 conferências indexadas em cada ano, e o acesso a informação de citação de artigos e impacte de revistas científicas.   São o maior e o mais completo recurso de inventariação e catalogação de produção científica publicada nas principais revistas de todos os domínios científicos, e de medição do impacto das revistas dos artigos em cada domínio científico.

Ficou previsto que, durante um período experimental, o acesso à Web of Knowledge começaria a ser disponibilizado através de servidores do ISI, para depois vir a ser directamente assegurado por um servidor instalado em Portugal na FCCN que assegurará os meios técnicos necessários para o seu acesso e manutenção.

Anteriormente, existia em Portugal um pequeno número de assinaturas individuais ou em consórcio de uma parte limitada destes produtos, para apenas algumas universidades. O acesso mais completo existente no país, ainda assim de um leque limitado de serviços e produtos, estava confinado ao OCT, em CD-ROM e papel, sendo obviamente limitada a capacidade de satisfação de pedidos de consulta por parte da comunidade científica. Além dos limites físicos e humanos, a centralização desse acesso em Lisboa distorcia também as oportunidades de obtenção de informação bibliográfica e bibliométrica por parte da comunidade científica portuguesa.

Foram promovidos vários esforços no período 1997-2001 para criar consórcios universitários com vista a contratualizar o acesso alargado pela Internet às bases de dados do ISI, ainda que parciais, mas sempre esbarraram com as dificuldades dessas instituições de contribuírem com os necessários meios financeiros.

A Web of Knowledge é também uma plataforma prática de acesso ao texto integral das revistas cuja assinatura electrónica seja feita com as respectivas editoras, constituindo a disponibilização do seu acesso um primeiro passo na constituição da Biblioteca de Ciência e Tecnologia em Rede, prevista no Programa Operacional Ciência Tecnologia Inovação (POCTI) do QCA III. Esta biblioteca visa principalmente assegurar às instituições de investigação científica e tecnológica o acesso regular, pela Internet, a literatura   científica em suporte digital, nomeadamente às mais importantes publicações científicas periódicas internacionais.

No final de 2001, ficou em estado adiantado a preparação de contratos, a serem celebrados pelo OCT com algumas das principais editoras internacionais de publicações periódicas científicas, para a contratualização de assinaturas nacionais para acesso pela Internet ao texto dos artigos das correspondentes publicações. Este trabalho decorreu na sequência do levantamento exaustivo, pelo OCT, de todas as assinaturas convencionais de publicações científicas periódicas por instituições portuguesas e dos correspondentes custos, com o objectivo de se ficar a conhecer como se distribuem pelas editoras as publicações periódicas assinadas e quais são as despesas das instituições nacionais nestas assinaturas, de forma de dispor-se de informação que pudesse suportar a definição de modelos contratuais com as editoras e de um modelo de financiamento dos correspondentes custos.

 

 

A preparação do Livro Branco do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Português (1999-2006) – Amplo processo de participação da comunidade científica e tecnológica

Durante 1998-99, o OCT e a FCT promoveram em conjunto, em vários pontos do país, numerosas reuniões de participação da comunidade científica e tecnológica nacional, incluindo todas as instituições científicas, profissionais de ciência e tecnologia, universidades, organismos públicos e privados, empresas e associações empresariais, sindicatos, ordens e outras organizações profissionais, associações e sociedades, autoridades locais e regionais, com o objectivo de identificar e debater as necessidades e as oportunidades de desenvolvimento científico e tecnológico português que sustentem um programa de crescimento para os próximos anos, com o objectivo de preparação do Livro Branco para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico Português (1999-2006).

Para este amplo processo de participação foram especificamente elaborados documentos de trabalho, designadamente:

·   Texto preparado pelo OCT “Política Científica e Tecnológica: diagnóstico e orientações de médio e de curto prazo”, com elementos de diagnóstico e os principais eixos da política científica iniciada e prosseguida nos anos anteriores;

·   Relatórios de avaliação de 1996/97 dos Laboratórios do Estado;

·   Relatórios de avaliação de 1996 das unidades de investigação abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de I&D;

·   19 “perfis” das várias áreas científicas, preparados pelo OCT, com informação a respeito da área disciplinar a que respeitam e textos de natureza programática ou prospectiva produzidos por equipas de peritos a quem a informação compilada foi apresentada.

Com base nas contribuições deste amplo processo de participação, nas contribuições para o Forum Permanente da Política Científica e Tecnológica, criado em 1998 na Internet, e nos trabalhos de grupos de trabalho constituídos por elementos da comunidade científica e de grupos técnicos foram preparados o Programa Operacional Ciência Tecnologia Inovação (POCTI) e o Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI) que, em Julho de 2000, vieram a ser aprovados no âmbito do QCA III (2000-2006), com um financiamento total de 1,8 milhares de milhões de Euros.

 

 

Forum Permanente da Política Científica e Tecnológica Contribuições da comunidade científica em rede

Em 1998, foi aberto na Internet o Forum Permanente da Política Científica e Tecnológica para recolha e disponibilização de contribuições para a política científica e tecnológica, o qual veio a registar um número significativo de contribuições de investigadores e outras pessoas, de um leque variado de instituições e de pontos do país.

 

 

Redes temáticas de investigação científica e tecnológica

Foram preparados os termos de referência e o regulamento para uma linha de apoio à constituição e funcionamento de redes temáticas de investigação científica e tecnológica, de forma a poder ser aberto em 2002, em permanência, um concurso público para esta nova linha de apoio.

Os objectivos das redes temáticas de investigação científica e tecnológica são estimular:

·   a cooperação efectiva e a integração de esforços de diferentes grupos e instituições com competência e produtividade comprovadas, em torno de uma problemática científica precisa;

·   a mobilidade de investigadores entre diferentes instituições de investigação; o desenvolvimento de programas integrados de formação científica avançada;

·   a troca de conhecimentos e de experiências entre investigadores de diversas instituições;

·   a rentabilização em rede de equipamentos científicos de uso comum;

·   a constituição de plataformas comuns de divulgação científica e técnica, apoio à educação científica e à atracção de jovens para profissões científicas;

·   a construção de visões partilhadas de desenvolvimento estratégico de temas científicos de particular relevância.

A preparação dos termos de referência e do regulamento contou com contribuições dos Laboratórios do Estado e dos Laboratórios Associados, os quais foram explicitamente consultados para o efeito.